domingo, 16 de janeiro de 2011

Poesía

Deliciámonos con esta beleza que recollemos do Caderno de Trabalho de Séchu Sende:


As cores da Galiza

Recolhes na mao
umha estrelinha
ao podar a maceira
com umhas tesoirinhas.

Nascem livros nos prados
para ler com tranquilidade
á sombra dumha árbore
a palabra liberdade.

E há um lobo e um merlo
e umha nena violeta
e palavras plantadas
como flores nas macetas.

 

E com os olhos fechados
no pilom de lavar a roupa
está essa mulher
que sempre dá muitos abraços.

Há um corvo que canta
umha cancióm de aqui
e ves música de cores
e alguém pensa em ti

E vas de bicicleta
de noite e de dia
atrás de estrelas verdes,
vermelhas e lilas.

Há tamém muitos beijos,
muá, muá, muá
e um paporruivo
que nom sabe cantar.

Dentes de leóm, acordeóns
e banheiras na leira
e gente a fazer o amor
do Caurel a Novoneyra.

Olha que se te quixem
foi polos grelos.
Agora que nom os plantas
já nom che quero,

di Frida Kahlo
com um sacho na mao.

Há sempre gente
alegre e muitas flores
e os paráguas nom som negros
porque a chuvia os tingue
de todas as cores.

Estám a cambiar a vida
muitas mulheres sonhando
na Galiza e no mundo
de cores de Leandro.

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